História dos Kanindé
O povo indígena Kanindé habita as Zonas Rurais dos municípios de Aratuba (Aldeia Fernandes e Aldeia Balança “Pé da serra”), e Canindé (Aldeia Gameleira), perfazendo um total de 1.101 pessoas em aproximadamente 285famílias em 249 residências nas três localidades no estado do Ceará, segundo os dados do cadastro de indígenas realizado pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) Coordenação Regional Nordeste II no ano de 2010. (Sistema de Controle demográfico – Coordenação Regional Fortaleza).
Na história dos Kanindé as três comunidades que formam o povo, uma localizada no sertão de Canindé (Aldeia Gameleira) e as outras duas na descida da serra de Baturité (Aldeia Fernandes e Aldeia Balança). Todas elas se caracterizam por ter uma relação muito forte de consanguinidade que demonstra uma genealogia comum ao longo de sua existência, principalmente física e cultural. Seu processo de afirmação e organização étnica enquanto povo indígena Kanindé se iniciou em 1995, a partir do contato com as demais etnias do Ceará, principalmente os Tremembé de Almofala, estimulados pela entidade indigenista Associação Missão Tremembé (AMIT)[1]. Desde então, nasce uma grande mobilização pela afirmação étnica, pela demarcação do território, saúde, educação diferenciada, memória etc. obtendo crescente reconhecimento público e governamental.
Sobre a história dos índios Kanindé, ainda existem poucos estudos acadêmicos que possam nos ajudar a refletir historicamente sobre o contato, os conflitos e as resistências do povo Kanindé ao longo dos últimos séculos, desde a fundação de aldeamentos indígenas no Ceará, das vilas de índios, dos massacres e migrações que transformaram a história dos indígenas do Siará, seus aspectos culturais, educacionais e principalmente suas formas de organização social, cosmovisão de mundo, relacionamento com a natureza e com o mundo dos encantados.